Criança de 3 anos morre após raio atingir placa solar de casa em comunidade isolada no Acre
22/01/2025
Pedro Silva morava em uma comunidade isolada na zona rural de Porto Walter e familiares não conseguiram levá-lo a tempo de receber atendimento médico. Caso ocorreu na tarde desta terça-feira (21). Criança morre após raio atingir placa solar de sua casa
Arquivo pessoal
Fortes chuvas atingiram a região do Juruá, interior do Acre, nesta terça-feira (21), e uma das cidades atingidas foi Porto Walter. Durante as ocorrências, um raio caiu em uma placa solar da casa de Pedro Silva, de 3 anos, no cômodo onde ele e outra criança estavam. Pedro foi atingido, não resistiu e morreu no local. A outra criança chegou a desmaiar, porém conseguiu sobreviver.
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De acordo com a Prefeitura de Porto Walter, o caso aconteceu na comunidade Formigueiro, no Igarapé Cumprido, afluente do Rio Juruá Mirim, que faz divisa com entre os municípios de Porto Walter e Cruzeiro do Sul. O local é de difícil acesso, onde só é possível chegar ou sair de canoa.
Ainda segundo a prefeitura, após o acidente com Pedro, que aconteceu entre 16h e 18h, os familiares não conseguiram levá-lo para receber atendimento médico na cidade, o que fez com que ele não resistisse às complicações causadas pela descarga.
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Ainda chovia muito quando o raio atingiu a criança, impossibilitando ainda mais a ida para Porto Walter no momento do ocorrido. O avô de Pedro teria ido até outra comunidade, chamada comunidade Bahia, que possui internet, para avisar ao pai da criança sobre o acidente e pedir que ele fosse até o local.
"Não trouxeram ao município porque é muito distante a comunidade onde aconteceu para a zona urbana. Estava chovendo muito, inclusive o temporal derrubou árvores na zona urbana, e fez um abastecimento de água na Aldeia Indígena da Paz no Rio Cruzeiro do Vale desabar", comentou o chefe de gabinete da prefeitura, Macson Alves.
A enfermeira coordenadora de vigilância epidemiológica de Porto Walter, Jamila Ferreira da Silva, explicou que só foi possível levar o corpo ao município nesta quarta-feira (22), pela manhã. Ela disse que não havia nem canoa disponível para transportar a criança, principalmente com o escurecer, quando é mais difícil conseguir transporte.
"A criança não morreu na hora, ela morreu algum tempo depois. Se tivesse tido atendimento no momento que aconteceu o acidente, tivesse levado para o hospital, talvez essa criança tivesse sobrevivido. Mas o problema é o difícil acesso. É uma comunidade pequena, é inviável ter uma unidade básica de saúde", esclarece ela.
A criança está sendo velada no município do interior em uma residência de um familiar. Ao chegar na cidade, o corpo foi diretamente para o cemitério para que fossem feitos os trâmites fúnebres.
"Eles precisam trazer para o município para fazer a declaração de óbito, para as questões burocráticas, para trazer no cartório. Precisa de testemunha para fazer a declaração. Não passa pelo IML [Instituto Médico Legal], até porque o município não tem. Só vai para o IML nos casos que é preciso fazer uma investigação sobre o corpo, aí vai pra Cruzeiro do Sul, mas é muito raro", comentou ela.
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