Queda da ponte entre MA e TO completa um mês com impacto na economia e desaparecidos

  • 22/01/2025
(Foto: Reprodução)
Três pessoas ainda não foram localizadas e uma balsa prometida para a travessia ainda não foi entregue. O que restou da ponte será implodido. Um mês após a tragédia na ponte JK, engenheiros trabalham em projetos de construção O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) pela BR-226, completou um mês nesta quarta-feira (22). Desde então, a população nas duas cidades sentem os impactos na economia e ainda há três desaparecidos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maranhão no WhatsApp Bombeiros e a Marinha resgataram os corpos de 14 vítimas (veja mais abaixo quem são), mas ainda falta encontrar os corpos de Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos; além de Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos - avô e neto que estavam em uma caminhonete. Veja também: caminhoneiro que perdeu esposa fala de trauma e saudade: 'Tentando esquecer essa dor' Não há previsão para que os corpos sejam encontrados, já que os mergulhos no rio Tocantins estão suspensos devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito. O tenente-coronel dos bombeiros do Tocantins, Nilton Rodrigues Santos, afirmou que as equipes vão continuar no local para que os mergulhos sejam retomados quando o nível de água baixar. Economia fragilizada Mudança de rota dos veículos devido queda da ponte JK causa impactos na economia Segundo a Associação Comercial de Estreito, 70% das empresas da região sobreviviam das atividades relacionadas aso transporte rodoviário. Ou seja, empresários estão somando prejuízos e há registro de demissões. Enquanto não há meios de transporte por terra, a população se arrisca em embarcações menores para fazer a travessia. Desde o fim de dezembro existe a promessa de travessia por balsa, mas até o momento não há o serviço para os pedestres ou veículos. Teste com balsa aconteceu na sexta-feira, no Rio Tocantins TV Anhanguera/Reprodução O DNIT afirmou que os acessos necessários para receber as balsas nas margens ainda estão em fase final de execução e que as equipes do Departamento atuam para atender as exigências da Marinha do Brasil para poder iniciar o serviço. Construção de nova ponte Logo após o colapso da ponte, o Ministério dos Transportes informou que uma ponte seria construída no local, para manter a travessia entre os estados. O prazo de entrega da obra é de um ano. Ponte sobre o rio Tocantins, entre Estreito e Arguianópolis Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros Uma das fases da obra diz respeito à demolição da estrutura que sobrou da ponte. Nesta quarta-feira (22), técnicos já começaram a perfurar os pilares para uma futura implosão. LEIA TAMBÉM: Veículos que estão em cima de ponte entre o TO e o MA devem ser retirados até o fim da semana, diz DNIT Justiça Federal determina retirada de carro que ficou preso em fenda após ponte desabar entre TO e MA 'Estarmos aqui é um milagre', diz mulher que ficou com carro preso em fenda após ponte entre TO e MA desabar Ponte entre MA e TO: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre desabamento na BR-266 Ponte que desabou foi construída em 1960, passou por reparos em 1998 e precisava de novas obras; veja histórico da estrutura Superintendente do DNIT no Tocantins é afastado do cargo durante investigação sobre queda de ponte Acessos para balsas começam a ser construídos mais de 20 dias após queda de ponte; funcionamento segue sem prazo Empresa é contratada por R$ 6,4 milhões para fazer transporte de passageiros e veículos após queda de ponte entre TO e MA Consórcio de R$ 172 milhões é contratado para reconstruir ponte que caiu entre TO e MA Remoção de carros e de produtos perigosos na água A ponte caiu por volta das 15h do dia 22 de dezembro de 2024. O vão central cedeu levando ao fundo do rio Tocantins 10 veículos, entre carros, motos, além de carretas carregadas de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico, o que poderia ter causado um desastre ambiental. Sobre a retirada dos materiais agrotóxicos e ácido sulfúrico que ainda estão no fundo do rio, a empresa que é responsável pelos produtos contrataram outras empresas especializadas nessa área de produtos perigosos para coordenar as ações de retirada. Já alguns veículos que não estavam no vão central - mas em outras plataformas da ponte que não desabaram - ficaram presos sem ter como seguir ou retornar para terra firme. Equipes do DNIT na ponte entre o Tocantins e o Maranhão Divulgação/DNIT Nesta terça-feira (21), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) deu início à remoção desses veículos. Um dos proprietários chegou a entrar na Justiça Federal e conseguiu uma liminar ordenando que um carro preso em uma das fendas da ponte fosse retirado no prazo de dez dias. O DNIT afirmou que estão sendo feitos serviços preliminares e as equipes vão retirar o caminhão mais próximo da saída da ponte e, na sequência, os demais veículos. A expectativa concluir a operação de remoção até o final desta semana. Momento da queda Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda Pouco antes do desabamento da ponte, o vereador Elias Junior (Republicanos) estava no local fazendo vídeos (veja acima) para mostrar a situação da estrutura no momento que o asfalto cedeu e rachou. Andando pelo acostamento da estrutura, ele mostrava rachaduras no asfalto quando, de repente, ele e outras pessoas que estavam no local escutaram barulhos e a ponte cedeu. Havia veículos atravessando o trecho entre os estados no momento da queda e é possível ver o momento que uma caminhonete passa por cima da rachadura e um motociclista freia antes de entrar na ponte. Ponte construída em 1960 A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira tem 533 metros de metros de extensão e servia de travessia entre os dois estados para atender o corredor Belém-Brasília desde a década de 1960. Segundo documentos de uma inspeção feita em 2019 feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), houve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000, mas passados mais de 20 anos, a ponte apresentava diversos problemas. Servidores afastados A queda da ponte está sendo investigada pela Polícia Federal e órgãos de fiscalização. No dia 17 de janeiro, o superintendente do DNIT no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, e outros três servidores da autarquia foram afastados dos cargos. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e é referente à apuração do caso. Os afastamentos são pelo prazo de 60 dias, podendo ser prorrogados por igual período. Em nota, Renan Bezerra afirmou que recebeu com total respeito a decisão e que as 'apurações administrativas e judiciais demonstrarão que ele sempre exerceu com zelo, responsabilidade e legalidade a função'. Vítimas Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado no domingo (22); Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins; Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas; Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico; Anisio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25); Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25); Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD); Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26); Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia. Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia. Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues. Beroaldo dos Santos, de 56 anos. Ele foi retirado da água no fim da manhã de quarta-feira (1º), segundo a Marinha. O corpo dele havia sido localizado no domingo (29), dentro da água, na cabine da carreta que transportava as 76 toneladas de ácido sulfúrico. Na manhã de sexta-feira (3), um corpo foi encontrado no rio Tocantins. Era o mototaxista Marçonglei Ferreira, de 43 anos, que trabalhava na região. Alessandra do Socorro Ribeiro, de 40 anos, natural de Palmas, no Tocantins. A identificação foi realizada em São Luís por meio de exame de DNA, realizado pelo Instituto de Análise Forense (IGF). Vítimas da queda da ponte que ligava o Maranhã ao Tocantins Arquivo pessoal

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2025/01/22/queda-da-ponte-entre-maranhao-e-tocantins-completa-um-mes-com-impacto-na-economia-e-desaparecidos.ghtml


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